O brand book já não chega. Na era digital, a sua marca precisa mesmo é de um Design System

António Cancela Abreu
Product & Innovation
Artigo da autoria de António Cancela de Abreu, Head of Product Strategy and Design da Bliss Applications, e Diogo Gonçalves da Cunha, CTO da Bliss e originalmente publicado na Marketeer.
Para as marcas que estão a criar produtos em vários canais (web, app, e outras) é essencial criar um design system da marca – a bíblia da sua presença, comportamento e interacção com os utilizadores, nas plataformas online.

O digital é a nova casa das nossas marcas – é um no brainer. Mas a transição da sua presença, de forma consistente, através das diferentes plataformas digitais, nem sempre é um processo pacífico. Para as marcas que estão a criar produtos em vários canais (web, app, e outras) é essencial criar um design system da marca – a bíblia da sua presença, comportamento e interacção com os utilizadores, nas plataformas online.

A experiência do utilizador na relação com a marca é seguramente um dos novos desafios da presença das marcas, aportado pela presença agora mais intensa nos ambientes digitais. Nesse sentido, essa mesma experiência deve ser consistente, por forma a que os utilizadores consigam reconhecer a marca através da uma identificação visual, mesmo quando o logo não está à vista.

Se pensar em marcas como a Coca-Cola ou a Apple, perceberá que facilmente reconheceria um anúncio, por exemplo, mesmo se o logo não estivesse presente – isso acontece quando as guidelines da marca, definidas no brand book, são bem cumpridas.

Se o brand book é essencial para criar coerência da comunicação da nossa marca nos vários suportes físicos – seja num anúncio, numa apresentação ou num relatório -, a transição das nossas marcas para o ambiente digital exige igual ou maior consistência da sua presença nas diferentes plataformas; seja no ecrã do computador, no telemóvel ou no smartwatch, queremos que a apresentação da nossa marca seja coerente em todos os canais.

Manter essa coerência nos ambientes online é cada vez mais importante para que a marca seja reconhecida também pela interacção com o utilizador. É por esse motivo que é tão importante que as marcas criem o seu design system, enquanto estão no processo de construção de produtos digitais, em várias plataformas.

  • É no desenho das dinâmicas de interacção com os utilizadores que as plataformas digitais das marcas modernas se devem destacar e se expressar na customização da experiência, não pondo nunca em causa a expectativa do utilizador face à funcionalidade.

Muitas das convenções de usabilidade que tornam uma experiência digital intuitiva são universais e são definidas pelas grandes tecnológicas como a Google, Apple ou Facebook – não respeitar estes padrões que são reconhecidos pelo utilizador pode implicar uma maior curva de aprendizagem e até gerar frustração.

Ao invés de inovar nos componentes, a marca deve procurar deixar o seu cunho nos estilos (cor, tipografia, etc), tom de voz, micro-animações e, em certos momentos, no produto digital propriamente dito, como ecrãs de transição ou sucesso, por exemplo. Um exemplo destas dinâmicas de interacção pode ser, por exemplo, o coração que aparece quando fazemos duplo tap num post do Instagram que não é mais do que uma mensagem de sucesso face ao pedido feito ao servidor.

Ao definir este ‘esqueleto’ através de um design system, torna mais eficiente o desenho e produção da presença online das marcas nas diferentes plataformas, acelerando o processo de design e desenvolvimento

É também o design system que guia a equipa na taxonomia e, se possível, nos princípios de experiência do produto digital, para que tanto o negócio, como os marketers, designers e engenheiros possam usar o mesmo vocabulário para se referirem aos diferentes elementos que compõem a presença da marca no ambiente digital e exista uma experiência consistente nos vários canais.

De uma forma simplificada, estes são os elementos que devem compor um design system:

  • Um espaço com toda a documentação do sistema, guidelines sobre o comportamento da marca e componentes da marca;
  • Componentes de design: kits com elementos (botões, iconografia, etc…) que podem ser utilizados no desenho de um novo ecrã;
  • Recursos para programação: código e configurações associadas a cada componente para utilização dos developers.

Seja para criar consistência na apresentação da marca perante o utilizador, para dar mais liberdade na criação de interacções diferenciadoras ou para ter equipas mais ágeis na construção dos seus produtos digitais, o design system é um aliado poderoso para a presença digital de qualquer marca.

Embora o processo de construção não seja linear ou rápido, é importante definir as regras pelas quais a marca se guia, fazendo os possíveis por não aumentar a dívida técnica e de UX/UI (execução de componentes ou interacções que vão precisar de ser corrigidas mais tarde, devido à necessidade de produzir rapidamente) dos produtos digitais.

Como diz Nick Myers, director de Design de Produto do Facebook, «o nosso interface visual é agora a nossa marca». Por isso, deixo-lhe um desafio. Abra o seu website ou app e responda: este espaço representa bem a minha marca?


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António Cancela Abreu

António Cancela de Abreu é atualmente Head of Product Strategy and Design na Bliss Applications, onde lidera uma equipa de mais de 70 Product Researchers e Product Designers.

Com Mestrado em Digital Management pela Hyper Island, tem complementado a sua formação em estratégia e gestão em instituições como a Católica e Section4.

Com 15 anos de experiência no mundo digital, um passado em marketing e comunicação e incursões pelos e-sports e pela Disney, o interesse do António sempre esteve na interação entre pessoas e produtos/serviços.

Acredita na importância de entender as pessoas, os seus comportamentos e motivações e em como este conhecimento informa a estratégia na criação de produtos inovadores que encontram o espaço no mercado e realmente impactam a vida dos utilizadores finais.

Ao longo de sua carreira, António trabalhou com as mais diversas indústrias, tanto nacional quanto internacionalmente, incluindo clientes como Santander, TD Bank, Mastercard, Millennium, Moey !, BPI, EDP, Galp, MEO, Fidelidade, Sagres, Audi, Sonae e Jerónimo Martins. A ampla experiência em sectores tão diversos deu-lhe uma perspectiva única sobre o processo de desenvolvimento de produtos digitais.

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