Artigo da autoria de Natacha Gama Pereira, CEO na Lisbon Digital School.

Historicamente, o papel da mulher no mercado de trabalho foi condicionado por barreiras sociais, culturais e económicas.

Durante grande parte do século XX, a mulher sempre esteve mais associada a profissões de suporte, enquanto os homens ocupavam posições de liderança e inovação.

Um longo caminho foi trilhado, e, ao longo das últimas décadas, assistimos a uma transformação significativa, impulsionada por movimentos de igualdade de género, acesso à educação e mudanças no mercado de trabalho.

Mas sejamos honestos: no panorama tecnológico e digital actual, as mulheres continuam significativamente sub-representadas.

Em áreas como a IA, Data Science, Estratégia Digital e Inovação, as mulheres continuam a ser uma minoria.

Estudos revelam que menos de 30% dos cargos tecnológicos são ocupados por mulheres, e a disparidade é ainda maior em posições de liderança e engenharia de software. Este cenário torna essencial o investimento em formação especializada e programas de capacitação, garantindo que mais mulheres tenham acesso a competências digitais.

A revolução digital criou novas oportunidades para que mulheres se destaquem em áreas antes dominadas por homens. O acesso à informação, a possibilidade de aprender remotamente e a flexibilidade do trabalho digital têm permitido que mais mulheres se destaquem neste meio, empreendam e liderem iniciativas inovadoras.

Para muitas mulheres, o acesso à formação digital pode significar uma mudança de carreira, e até a criação do seu próprio negócio, sendo a mulher a representação de um agente de mudança.

Equipas diversificadas não são apenas uma caixa de verificação para a responsabilidade social corporativa – são comprovadamente mais criativas, eficientes e reflectem melhor as necessidades reais da sociedade. Um maior equilíbrio de género na tecnologia e no marketing digital ajuda a eliminar preconceitos em produtos e serviços, tornando-os verdadeiramente inclusivos.

Mas… A mudança não acontece sozinha.

Empresas, instituições de ensino e organizações têm o dever de criar espaços de formação e capacitação acessíveis para que mais mulheres possam desenvolver carreiras de sucesso no digital. Programas de mentoria, bolsas de estudo para cursos tecnológicos e incentivos à liderança feminina são algumas das formas de acelerar este processo.

A educação e a formação desempenham um papel crítico nesta transformação

Na Lisbon Digital School, esta preocupação faz parte da nossa agenda, num desafio de transformação, tecido corporativo mais competitivo e inovador, e sociedade mais inclusiva.

Acreditamos que a qualificação é a chave para derrubar barreiras e capacitar mais mulheres a entrar e crescer no setor digital. Desde a aquisição de competências técnicas até à liderança digital, a formação contínua permite que profissionais de todas as áreas se adaptem e prosperem neste ambiente dinâmico.

O digital tem sido, ao longo das últimas décadas, um espaço de inovação, disrupção e crescimento acelerado.

Como mulher e CEO da Lisbon Digital School, testemunho diariamente o impacto que a formação tem na capacitação de profissionais e na criação de um ambiente mais inclusivo e equitativo.

A transformação digital não pode ser construída apenas por uma parte da sociedade. Precisamos de mais mulheres a criar estratégias, desenvolver tecnologias, liderar equipas e impulsionar inovação.

Empresas, escolas e organizações devem assumir o compromisso de promover um ensino digital acessível e inclusivo, garantindo que ninguém fica para trás nesta jornada.

O digital é de todos, e a formação é o primeiro passo para garantir que todas as vozes são ouvidas. Cabe-nos a nós, enquanto líderes, formadores e profissionais da área, abrir caminho para uma nova geração de mulheres que irão trilhar o futuro do digital.

E vocês, querem fazer parte desta mudança? 🙂

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