
A inteligência artificial (IA) está a redefinir o trabalho, acelerando tarefas, comprimindo custos e reconfigurando carreiras. Em Portugal, a pressão é real, as estimativas apontam para uma exposição elevada à automação. Ao mesmo tempo, surgem novas oportunidades onde a tecnologia atua como alavanca e não substituição do humano.
Este artigo condensa as ideias‑chave para estudantes, educadores e todos os que querem preparar-se, hoje, para um mercado em mutação.
Quase um terço dos trabalhadores em Portugal desempenha atividades altamente expostas à automação. O estudo da FFMS mapeia 120 profissões em quatro categorias: profissões em colapso (tarefas repetitivas, forte risco de extinção), profissões em ascensão (qualificadas, potenciadas pela IA), terreno dos humanos (trabalho de contacto e manual pouco automatizável) e terreno das máquinas (áreas já muito digitalizadas). Exemplos do primeiro grupo incluem restauração, caixas e algumas operações fabris; do segundo, ensino, marketing, vendas, finanças e contabilidade onde a tecnologia eleva, em vez de substituir, o papel humano. Para uma leitura mais profunda com dados detalhados recomenda-se a leitura do artigo original do autor.
A narrativa já não é apenas “empregos que desaparecem”, mas trabalho que muda de forma. Crescem funções como eticista de IA “parte guardião, parte filósofo” para garantir usos responsáveis, explicáveis e auditáveis; curador de dados e treinador de algoritmos, que asseguram dados de qualidade e aprendizagem contínua dos modelos; e perfis técnicos como cientistas de dados e engenheiros de machine learning.
Profissões como designer de interação humano-IA ou especialista em experiência do utilizador potenciada por IA começam a ganhar forma, unindo artes, ciências sociais e tecnologia. Igualmente, as funções criativas estão a reinventar-se com a ajuda da IA.
A IA vem mudar o trabalho e naturalmente alguns ofícios desaparecerão, muitos reinventar-se-ão e outros tantos surgirão do zero. A adaptabilidade e a formação são palavras chave para profissionais e organizações.
Infelizmente ainda persiste um défice de implementação em Portugal.
Na minha opinião, falta um currículo nacional consistente de literacia digital e IA.
É preciso orientar educandos e educadores sobre como usar estas ferramentas e compreender as suas limitações. Essa lacuna formativa deixa os jovens expostos tanto aos riscos (desinformação, plágio, dependência excessiva da IA) quanto às oportunidades perdidas (como usar a IA para aprender mais e melhor).
Felizmente há cada vez mais movimento no sentido de mudar este panorama. Cada vez contamos com mais mentores que partilham o seu conhecimento e centros de investigação como AI Repository ou escolas de formação como a AIcademy e a Lisbon Digital School que promovem a literacia digital e aprendizagens em inteligência artificial.
A procura existe e a cultura está a mudar. O essencial é investir na formação contínua e valorizar competências humanas como a comunicação, criatividade e resolução de problemas que nos tornam complementares às máquinas.
Esta é a oportunidade para a sociedade no geral de repensar o valor do trabalho humano. Se libertarmos os trabalhadores de tarefas monótonas, poderemos focar-nos em atividades com mais significado, mais criatividade e mais impacto positivo.
Em última análise, a IA não rouba a humanidade do trabalho pelo contrário, força-nos a ressaltar o que há de mais humano em nós.
Cabe-nos a nós, portugueses, aproveitar este momento de transformação para construir um mercado de trabalho mais qualificado, inclusivo e centrado no humano.
O futuro do trabalho não está escrito pelos algoritmos, está nas nossas mãos escrevê-lo, com visão, coragem e esperança.
Conta com 20 anos de experiência na área de Design, entregando soluções em Criatividade, Branding, Arte Digital, Animação, Direção de Arte.
Nos últimos 14 anos, especializou-se em Design de Operações, Design Systems, Usabilidade e Acessibilidade. Co-criador de 15 sistemas de Design para marcas como McDonalds, EDP, Continente, CUF, Vodafone, Porto Business School, Médis, Joaquim Chaves Saúde entre outros, atividade que lhe deu uma sólida experiência em diferentes tipos de produtos, serviços e experiências digitais, como eCommerce, saúde, seguradoras, bancos ou indústria alimentar.
Nos últimos 10 anos, liderou na Fullsix Portugal uma equipa de 12 designers de produtos responsáveis pela criação de soluções de design integradas e focadas no usuário. Autor e criador de “Design System Standards”, uma vasta documentação pública e disponível para consulta online.
Co-fundador e designer do produto e aplicação Lisie, que tem vindo a dar visibilidade única dos preços de cada produto nos vários supermercados. Foi convidado a lecionar como professor convidado no IADE – European University, London School of Design & Marketing, Universidade do Algarve, Clube de Criativos de Portugal e, mais recentemente, na Lisbon Digital School.
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