O que nos trazem as Redes Sociais em 2025?

Paulo Rossas
Artigo da autoria de Paulo Rossas, Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School.

Facilmente se conseguiria juntar todos os estudos e relatórios para 2025, colocar numa plataforma de Inteligência Artificial e pedir as 10 principais tendências. No entanto, acredito que o valor humano é diferenciador e acredito também que há coisas que não se conseguem só a juntar informação e a condensá-la sem causa e sem consequência.

Depois do que se passou e viveu nos últimos três anos, das marcas que vi e das dificuldades que se encontram quando trabalhamos Redes Sociais, acredito que vamos ter um grande ano de 2025, cheio de novidades, coisas realmente novas e possibilidades infinitas. No entanto, acredito também que é essencial fazer o básico e o simples porque, sem isso, ninguém quer saber de nós.

Estas são as maiores tendências das Redes Sociais para 2025, escolhidas por mim, assumindo total responsabilidade sobre elas durante os próximos 365 dias.

(1) Social Search | Always On vai provavelmente mudar para Always There

Terminámos o ano de 2024 com a luta pelo Search entre os gigantes. 

Perplexity já tinha começado este jogo. OpenAI introduziu imediatamente o seu modelo, Search GPT https://www.theverge.com/2024/7/25/24205701/openai-searchgpt-ai-search-engine-google-perplexity-rival

O estudo Gartner Marketing Predictions diz mesmo: “By 2028, brands organic search traffic will decrease by 50% or more as consumers embrace generative AI-powered search.”

https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2023-12-14-gartner-predicts-fifty-percent-of-consumers-will-significantly-limit-their-interactions-with-social-media-by-2025

Com 40% das novas gerações a pesquisar dentro das Redes Sociais, as próprias começaram a capitalizar o seu conteúdo com o objetivo de entregar o melhor resultado possível para quem as utiliza. Os mais jovens começam a sua pesquisa por produtos dentro das Redes Sociais e é preciso estar onde os futuros clientes estão e vão estar. O primeiro ponto de interesse é muito importante.  

Durante vários anos, o Google teve o monopólio do “search” mas o Tiktok muito em breve vai também entrar nesse negócio e vender palavras-chave e expressões.

https://www.socialmediatoday.com/news/tiktok-updates-search-ads-campaigns-with-keyword-targeting/727957

O X/Twitter em Janeiro de 2023 também começou a testar e continua em versão beta. https://x.com/XBusiness/status/1618060427224838144

Em Outubro de 2024, percebemos que o Meta também estava a entrar no jogo: “Meta is reportedly working on its own AI-powered search engine, too.”

https://www.theverge.com/2024/10/28/24282017/meta-ai-powered-search-engine-report

Porque é importante para as marcas?

É essencial estar nas Redes Sociais com conteúdos pensados para “Search”. 

SEO, Google e o nosso próprio site podem deixar de ser relevantes para quem nos procura.

Já não é apenas ter fãs e Comunidade (nunca foi), agora é preciso estar onde estão as pessoas. Se o meu produto pode ser pesquisado numa rede social, precisamos de ter conteúdos que respondam a isso mesmo. Mesmo que não tenhamos presença no TikTok, alguém vai falar sobre nós no TikTok e é preferível ter um conteúdo credível e “nosso” do que estar dependente do que possam falar ou dizer sobre nós. É preciso estar onde estão as pessoas, onde nos procuram e pelos nossos produtos e serviços. O Always On vai ser essencial, no entanto, Always There vai assumir outro protagonismo.

(2) “Inteligência Artificial vai matar a internet” | O Ruído do conteúdo sem qualidade e sem interesse e do conteúdo Falso.

Concordo com a opinião do astrofísico Neil deGrasse Tyson quando diz que a Inteligência Artificial vai matar a internet. https://www.youtube.com/watch?v=SAuDmBYwLq4

Pronto, posso não ser tão extremo, mas vai complicar um pouco a Internet e a nossa presença e utilização da mesma. 

Porquê? Porque com tanto conteúdo sem qualidade, repetitivo, automatizado, sem o lado humano e com tanto conteúdo em formato “fake news”, onde já não podemos acreditar em nada do que estamos a ver, a tendência será para, cada vez mais, retirar a nossa presença global e a assumir uma postura mais fechada com temas e locais que confiamos.

Um estudo da Gartner prevê que 50% dos consumidores vão limitar as suas interações em 2025 pelas razões enumeradas.  

https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2023-12-14-gartner-predicts-fifty-percent-of-consumers-will-significantly-limit-their-interactions-with-social-media-by-2025

Porque é importante para as marcas?

É necessário criar conteúdo relevante, único e de qualidade. As imagens e vídeos de banco de imagem nunca resultaram e as criadas por Inteligência Artificial também só vão resultar se existir um bom insight, um bom conceito e uma boa ideia criativa. O investimento terá de ser em qualidade e não em quantidade, só assim existirá um destaque positivo.

Cuidar das comunidades também terá de ser uma prioridade. Pessoas reais que seguem uma marca real pelo conteúdo e mensagem que transmite.

(3) Live Shopping | “Em direto para todos e em todo o lado.”

Uma vez que vamos ter muito ruído e muito conteúdo falso, as pessoas já estão a fazer esta mudança para o Live Shopping. Pessoas a vender produtos em direto, a falar com pessoas em direto, a interagir com pessoas em direto. Já não é uma tendência, é uma realidade, basta passar alguns minutos no TikTok para perceber exatamente o que se passa por lá a partir das 18h00 da tarde em Portugal.

A China, através do TikTok | Douyin | WeChat | Kuaishou | Tencent Video, tem sido o maior impulsionador do Live Shopping e é algo tão consumido que já mudaram o conceito. 

A mais recente novidade são pequenas histórias e enredos dentro do Live Shopping. https://www.sixthtone.com/news/1016142

O grande guru Digital, Gary Vaynerchuk já tinha falado sobre o tema há uma década, não se concretizando, mas foi no final de 2024 que carimbou a sua certeza.

“Gary Vaynerchuk on the rise of live social shopping: It will disrupt multiple industries.” https://www.youtube.com/watch?v=R7Wr-W8IXU0

Porque é importante para as marcas?

É preciso compreender que os Criadores de Conteúdo têm superpoderes nas Redes Sociais. Garantem alcance e credibilidade e as suas Audiências são incomparáveis com as das marcas. 

O Live Shopping precisa de pessoas a interagir, a criar, a ser, a produzir. Se temos produtos e queremos colocar os produtos à frente das pessoas, precisamos ter “hosts” que nos amplifiquem enquanto empresas. É mais um novo investimento, mas é algo que deve e tem de ser pensado estrategicamente.

(4) O Desporto | O impulsionador de Comunidades, alcance e interações.

Top 100 Instagram, 83 pessoas, 14 marcas. Praticamente todas as marcas no Top são de desporto. Top 250 TikTok, 21 marcas, praticamente todas as marcas no Top são de Desporto. 

Todas as Redes Sociais funcionam desta forma e em Portugal nada muda. Top 4 em praticamente todas as redes são a Seleção, o Sporting CP, o FC Porto, o SL Benfica e depois canais de televisão desportivos. As marcas já se associaram todas às competições nacionais. Usam e abusam de parcerias de desporto. Mesmo em termos locais, conseguimos perceber que as páginas mais seguidas por concelho são os Municípios e os clubes de futebol locais. O Desporto é o amplificador e vai continuar a sê-lo.

Além de tudo isto, e olhando ali para o ponto (2) “Inteligência Artificial vai matar a internet”, o ruído do conteúdo sem qualidade, sem interesse e falso, vai colocar o desporto noutro patamar. As pessoas cada vez mais vão querer consumir o que é real e fugir do que pode ser falso e criar desconforto. 

Porque é importante para as marcas?

Não temos de ir a correr fazer parcerias com os clubes, associações, federações e/ou atletas desportivos, mas é necessário perceber exatamente a essência do futebol e do desporto, e tentar capitalizar os seus mecanismos de alcance para as nossas marcas. O real, o direto e as pessoas são ingredientes de conteúdos de consumo. Quando pensarmos em 2025, temos de pensar nisso mesmo, nos ingredientes certos e não no que nos afasta de quem realmente queremos atingir, as pessoas reais.

Na minha opinião, é para aqui que devemos olhar em 2025. No entanto, tendo em conta a velocidade a que estamos a avançar, provavelmente teremos de repetir este artigo daqui a 3 meses, logo veremos.


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Paulo Rossas

Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School, formador, e um dos maiores entusiastas de Social Media em Portugal. Entrou no Curso de Criatividade Publicitária, na Restart, terminando-o em 2011. Nesse mesmo ano, foi um dos vencedores do Estágio Improvável da agência Torke, a primeira agência por onde passou.

Sem pausas para descanso, em Novembro entra para a recém-criada equipa SL Benfica Multimédia, onde permanece durante dois anos como Head of Social Media e Brand Content. Em 2013, aceita o convite da J. Walter Thompson (actual Wunderman Thompson), formando a primeira equipa Digital da agência.

Ocupou o cargo de Head of Social Media & Brand Content e trabalhou marcas como Vodafone Portugal, Associação Montepio, Um Bongo, Sumol, Cerveja Sagres, Sagres Bohemia e Mesas Bohemia, Yoggi, Iglo, Ikea, Mar Shopping, Galp, Nestlé, entre outras.

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