O conteúdo (ainda) é o mais importante

Paulo Rossas
Social Media & Community
Artigo da autoria de Paulo Rossas, CIO da Lisbon Digital School
Se o conteúdo é realmente interessante e as pessoas o querem consumir, pouco adianta o tamanho da marca, o que importa é o que se oferece à Comunidade e aos utilizadores das plataformas.

Em 1996, Bill Gates publicava no site da Microsoft um ensaio sobre as oportunidades que as marcas tinham com a Internet. Falava directamente sobre o conteúdo e a sua crescente importância neste ecossistema, algo que se veio a provar anos mais tarde. O conteúdo é realmente o rei e o elemento que faz a diferença.

Bill Gates acrescentou algo igualmente interessante que nos faz compreender que não há marcas grandes nem pequenas no Digital, mais concretamente nas Redes Sociais: 

 “Nenhuma marca é pequena demais para participar.”

O que é que isto quer dizer? Que um restaurante no Bombarral, com centenas ou poucos milhares de fãs, pode fazer um melhor trabalho ou atingir mais pessoas diariamente do que uma marca gigante com um grande poder económico. Como? Com bom conteúdo. Se o conteúdo é realmente interessante e as pessoas o querem consumir, pouco adianta o tamanho da marca, o que importa é o que se oferece à Comunidade e aos utilizadores das plataformas.

Como a criação de conteúdo evoluiu em Portugal

Em Portugal, as Redes Sociais atingiram o seu auge em 2014 e nunca mais pararam. 

Desde esse ano que mais marcas entraram e mais marcas passaram a ter equipas e agências que criam bom conteúdo com boas ideias, porque todos perceberam que as pessoas reagem positivamente a conteúdo de qualidade, o que resulta em mais interacções, mais alcance e, por consequência, mais negócio.

Estamos em 2022 e o conteúdo continua a ser o rei. Podemos falar de Paid Social e de investimento, no entanto, e sabendo como funcionam os algoritmos das Plataformas, conjugado com a existência de um lado orgânico, é possível, com bom conteúdo, investir menos dinheiro e atingir mais pessoas e ter negócio.

A causa/consequência será sempre: bom conteúdo, bem pensado, que faça uma ligação direta com a marca em causa.

Sem conteúdo de qualidade, nada acontece.

O que é conteúdo de qualidade?

A pergunta a fazer neste momento é bastante simples: O que é conteúdo de qualidade?

É difícil responder a esta pergunta porque cada Comunidade pode reagir de forma completamente diferente aos vários tipos de conteúdo. 

O que podemos afirmar é que quem decide o que é bom conteúdo ou mau conteúdo são as pessoas. 

Quantas vezes foi partilhado um conteúdo que tínhamos a certeza que era dos melhores que alguma vez fizemos e não resultou? Muitas.

Quantas vezes foi partilhado um conteúdo que nos parecia meio distante e resultou? Muitas.

Exemplos reais

O número 1 do mundo no TikTok chama-se Khabane Lame.  Ele não fala, apenas partilha filmes de outras pessoas e termina-os usando um gesto com as duas mãos. Tem 150 milhões de seguidores, ganha 13 milhões de euros por ano com o seu conteúdo e é a nova cara da marca Hugo Boss.

Quem decide o que é bom ou mau conteúdo? As pessoas.

O número 2 em Portugal no TikTok chama-se Rui Carlota. Tem 7,7 milhões de seguidores e cresceu com pequenos filmes de Zombies e com a frase “Oh my God”. Hoje, faz peças diferentes de humor e continua a crescer. Já trabalhou diversas marcas com o que criou.

Quem decide o que é bom ou mau conteúdo? As pessoas.

Vamos falar de grandezas e tentar perceber um pouco mais.

Em Portugal, no Instagram, as marcas mais seguidas são os clubes de futebol: Seleção, FC Porto, SL Benfica e Sporting CP. São as mais seguidas porque as suas Comunidades sabem que se quiserem saber das novidades e receber conteúdo exclusivo, é ali que precisam de estar e ir, todos os dias. 

Quem decide o que é bom ou mau conteúdo? As pessoas.

Logo a seguir aos clubes de futebol, neste Top Nacional, surge a Rádio Comercial. A rádio número 1 do país. O seu conteúdo usa três mecanismos muito inteligentes que permite atingir muitas pessoas e continuar a crescer de forma sustentada. Cadência (publicam muitos vezes por dia), Estímulo (sabem exatamente o que os seus fãs querem ver). Formato Vídeo (formato privilegiado no Instagram, neste momento com os Reels)

A seguir aos clubes de futebol e à Rádio Comercial, as páginas mais seguidas são:

Jáfosteinsta, frasesdem3rda e bibliamtengarsada. É conteúdo diferenciado e extremamente criativo? Não. 

Quem decide o que é bom ou mau conteúdo? As pessoas.

Vamos deixar de falar de grandezas e vamos falar de páginas com menos de metade de fãs das que falámos antes.

A Control Portugal, por exemplo, tem melhores resultados de Engagement do que as grandes marcas. É uma referência nas Redes Sociais em Portugal. Porquê? Porque o seu conteúdo tem um Estímulo que, praticamente nenhuma outra marca do país não pode utilizar e que todos nós sentimos impacto, que é o sexo. 

O Big Brother da TVI também tem metade dos fãs e tem resultados muito interessantes nas Redes Sociais. Qual é o truque? Estímulo de quem consome o programa. Existem muitas pessoas que querem seguir aquele conteúdo e visitam as páginas diariamente para o consumir.

Outra página com resultados muito interessantes, porém, pouco conhecida no TikTok é a “tenhomediapaisto”. Tem “apenas” 47,6 mil fãs, no entanto, os seus vídeos são vistos milhares e milhares de vezes, todos os dias. Porquê? Está numa plataforma onde o seu público também está e tem conteúdo diretamente relacionado com esse mesmo público.

 “Nenhuma marca é pequena demais para participar.”

Então o que é bom conteúdo, ou como se cria bom conteúdo?

É preciso ter bons insights, ter bons conceitos e boas ideias criativas, por esta ordem. Em seguida, é preciso ligar tudo isto à marca em questão, ou seja, tem de fazer sentido na base da marca. Depois é garantir que estamos a criar conteúdo com um estímulo direto para as pessoas.

Porquê? Quem consome é quem decide.

O conteúdo é o mais importante, mas são as pessoas que lhes dão ou não a devida importância.


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Paulo Rossas

Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School, formador, e um dos maiores entusiastas de Social Media em Portugal. Entrou no Curso de Criatividade Publicitária, na Restart, terminando-o em 2011. Nesse mesmo ano, foi um dos vencedores do Estágio Improvável da agência Torke, a primeira agência por onde passou.

Sem pausas para descanso, em Novembro entra para a recém-criada equipa SL Benfica Multimédia, onde permanece durante dois anos como Head of Social Media e Brand Content. Em 2013, aceita o convite da J. Walter Thompson (actual Wunderman Thompson), formando a primeira equipa Digital da agência.

Ocupou o cargo de Head of Social Media & Brand Content e trabalhou marcas como Vodafone Portugal, Associação Montepio, Um Bongo, Sumol, Cerveja Sagres, Sagres Bohemia e Mesas Bohemia, Yoggi, Iglo, Ikea, Mar Shopping, Galp, Nestlé, entre outras.

O conteúdo (ainda) é o mais importante

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