Artigo da autoria de Paulo Rossas, Chief Innovation Officer na Lisbon Digital School.
A Profissionalização do Social Media
É preciso aprender, é preciso entender o que cada uma das plataformas nos oferece e capitalizar.
Estamos em 2022 e ainda continuamos a gerir as marcas nas Redes Sociais de forma amadora, muito amadora.
Praticamente 12 anos depois das Redes se tornarem “o local a estar”, as pessoas que trabalham as marcas continuam a fazer exactamente o que faziam, ou seja, posts.
- Continuam a não olhar para números e a reflectir sobre o que fizeram.
- Continuam a não ter objectivos mensuráveis mensais e a aprender com os resultados.
- Continuam a usar a desculpa do “algoritmo” e “as redes mudaram”.
- Continuam a não fazer perguntas às plataformas para aprenderem o que resulta e não resulta.
- Continuam a não criar conceitos por Plataforma e a capitalizar as potencialidades de cada uma delas.
- Continuam com “achismos” diários e a não procurar respostas com uma base sólida e justificada.
É preciso aprender, é preciso entender o que cada uma nos oferece e capitalizar.
Eu gostava que em 2022 houvesse a profissionalização das Redes Sociais. Que as marcas entendessem que não é só para fazer posts. Gostava que as marcas percebessem finalmente que é nas Redes Sociais que falamos directamente com os nossos clientes e que um comentário de um cliente é uma oportunidade única para interagir directamente com eles.
A métrica mais valiosa nas Redes Sociais não são os gostos, são os comentários. É a conversa. A conversa positiva, a dúvida, o querer saber mais sobre o que fazemos enquanto marca e, principalmente, o que vendemos.
A conversa e a partilha, porque a partilha é como se fosse grito, uma conversa paralela para uma nova audiência que nós nem sabemos bem quem, mas que nos vai garantir alcance.
Se a grande maioria das páginas no Instagram têm em média 0 comentários por post, não acham que estão a fazer algo de errado?
A profissionalização desta área é compreender muito bem o que temos nas nossas mãos e, em 12 anos, ainda não percebemos.
Se alguma marca desligar comentários no Instagram ou apagá-los no Facebook, não devia estar nas Redes Sociais, e as agências e os gestores precisam de dizer isso mesmo directamente ao cliente. Se os comentários assustam, se os seus futuros clientes os assustam, não devem estar nas redes sociais, porque não vai valer a pena.
Formem as vossas pessoas a pensar estrategicamente. Todos nós sabemos mexer nas plataformas – é só ir ao Youtube e aprendemos os truques todos. Agora pensar uma marca já é diferente – é preciso cabeça, é preciso compreender como tudo se interliga, principalmente, marca, pessoas, plataformas e dados.
Não há a melhor hora, cada marca é diferente.
Não há o melhor formato, cada marca é diferente.
Não há o melhor post, cada marca é diferente.
Parem de copiar tudo e todos, aprendam e evoluam.
Estamos a entrar em mais um ano e, provavelmente, vamos fazer exactamente a mesma coisa.
Agora que o Paid Social e Social Commerce é uma grande tendência, e há muito mais dinheiro investido para alcançar as pessoas, é preciso ter alguém que faça isto realmente muito bem. Podemos investir 50 mil euros, se o conteúdo não interessar a ninguém são 50 mil euros perdidos. O investimento causa consequências boas ou más, e ambas dependem do conteúdo.
Bom conteúdo não é fazer posts com bancos de imagem e meter muito dinheiro na esperança que isto resulte…
Isto é um ecossistema único, temos de aprender como tudo funciona e, principalmente, pelo caminho, divertirmo-nos.