O Futuro da Inteligência Artificial: Uma Nova Era ou Uma Nova Crise? 

Bruno Oliveira
Growth & Strategy Product & Innovation

Artigo da autoria de Bruno Oliveira, Head of Digital Hub & Business Sumol+Compal.

Podemos discutir o tema mais importante, o analfabetismo digital, e deixar de parte o ruído? 

⚠ O Problema Central 

Em Portugal, o analfabetismo digital é uma questão crítica, especialmente entre a população mais envelhecida. Cerca de 23% dos portugueses têm mais de 65 anos, e muitos deles estão desconectados da transformação digital. Segundo o Eurostat, cerca de 50% das pessoas entre os 55 e os 74 anos nunca usaram a internet. 

Este panorama não é apenas uma questão estatística, mas sim um reflexo de uma sociedade que está a deixar para trás uma parte significativa da sua população. No contexto de uma era dominada pela inteligência artificial (IA), esta desconexão é particularmente alarmante. 

⛔ O Fosso de Acesso e Educação 

A falta de acesso e de educação digital cria um fosso significativo em termos de oportunidades. As pessoas que estão familiarizadas com a tecnologia têm uma vantagem clara no acesso a melhores empregos e salários, enquanto aquelas sem competências digitais enfrentam uma curva de aprendizagem muito mais íngreme. Esta desigualdade não só afeta os indivíduos, mas também perpetua ciclos de desvantagem nas gerações futuras, uma vez que muitas crianças só têm acesso a um computador na escola, muitas vezes obsoleto. 

A IA, longe de ser uma solução mágica, pode agravar este fosso. As inovações tecnológicas tendem a beneficiar os que já estão mais bem preparados para as adotar, deixando os menos favorecidos ainda mais para trás. Portanto, não deveríamos estar a focar-nos em como fazer um upskill desta população? A questão não é apenas sobre acesso, mas também sobre capacitação e inclusão. 

👩‍💻 Impacto no Mercado de Trabalho 

O mercado de trabalho português está a sentir este impacto de forma aguda. A concorrência pelo talento não é apenas uma questão interna. Com a democratização do teletrabalho, um jovem pode facilmente trabalhar para uma empresa nos EUA, o que torna difícil, para as empresas portuguesas, competir. 

Nos próximos dois anos, prevemos uma transformação significativa nos processos de trabalho, tanto em termos de soft skills como de hard skills. As empresas enfrentarão uma dificuldade crescente em preencher vagas tecnológicas. É urgente a implementação de um plano para ‘reciclar’ funções e trabalhadores, ajudando-os a adotar novos processos e a integrar-se numa economia cada vez mais digital. 

👥 Educação e Formação 

Para mitigar este problema, é crucial investir em programas de alfabetização digital direcionados à população envelhecida, enquanto se reveêm os processos de aprendizagem e adoção de novas linguagens de programação e tecnologias emergentes, como a IA generativa. 

Estamos a investir demasiado tempo a culpabilizar e a rotular o uso de ferramentas como o ChatGPT como batota. Pelo contrário, usar estas ferramentas deve ser visto como sinal de inteligência e otimização de tempo. O foco deve ser em ensinar a preparar a informação, a fazer escolhas e a estruturar as ideias – em resumo, ‘ensinar a pensar‘. A tecnologia é apenas uma ferramenta; a verdadeira habilidade está na capacidade de raciocínio e adaptação. 

👁 Conclusão 

O analfabetismo digital em Portugal é uma realidade preocupante e que, se não for abordada, só tende a piorar. Continuar a focar-se no problema e na crítica é contraproducente. Reduzir este fosso é essencial para criar uma sociedade mais inclusiva e um mercado de trabalho dinâmico. 

A transformação digital deve ser vista como uma oportunidade para reestruturar a nossa abordagem à educação e ao mercado de trabalho, promovendo uma integração mais ampla e equitativa. É um desafio que exige uma ação coordenada e um compromisso de todos os setores da sociedade. 

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Bruno Oliveira

Bruno Oliveira tem mais de 15 anos de experiência em FMCG nas áreas de Marketing, Vendas e Trade Marketing, o que lhe permite ter uma visão abrangente das diferentes realidades do Marketing.

Em 2014, ficou responsável pela gestão da marca Sumol, iniciando uma transformação digital da marca, criando um ecossistema próprio, permitindo um conhecimento profundo sobre tendência digitais e do consumidor que se materializou em alguns projetos inovadores como Cocreators by Sumol, Sumol X, Latas tu, Metaverso e toda a pegada digital da marca. Em 2021, a marca Sumol foi considerada pelo TikTok a nível global, como uma das marcas referência no TikTok.

Recentemente, tornou-se HEAD da nova área Digital da Sumol+Compal, o DIGITAL HUB & E-BUSINESS que trabalha 4 pilares das marcas: Transformação digital, Estratégia Ecossistema Digital, Data Centric e Comunidades & Influenciadores. Licenciado em Gestão, pela Universidade Nova de Lisboa, detém uma Pós-graduação em Marketing Digital pelo IPAM/IADE.

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