Saúde mental e liderança

Inês Carvalho
Product & Innovation
Artigo da autoria de Inês Carvalho, Business Unit Director na COMON.

Há uns anos recordo-me de ter lido um artigo em que era comentado um estudo. Para 70% dos inquiridos, o seu diretor tinha mais peso na saúde mental que o seu terapeuta, ou o seu companheiro. Lembro-me de o ler, porque me lembro de estar nesse momento a passar por um período profissional mais duro, tanto como líder como liderada, e que me fez sentir mais o impacto daquelas palavras escritas.

No meu dia-a-dia tentava encontrar a melhor forma de lidar com: 

  • a pressão de garantir negócio numa época em que os orçamentos dos clientes começavam a apertar; 
  • os reports às chefias, que também por força da conjuntura iam acrescentando pedidos, tarefas e responsabilidades; 
  • a gestão de uma equipa que era “herdada” pela metade: pessoas com quem não tinha conseguido ainda criar uma relação, que ainda não confiavam em mim. 

A ansiedade ia crescendo e ocupando os seus lugares habituais: oscilando entre a lombar e a cervical, uma ou outra insónia semanal, ou fazendo-me chegar ao final dos dias com a energia nos mínimos. Quem nunca?

Para além dos impactos físicos do stress, já sobejamente conhecido pela sua influência em grande parte das 10 doenças que mais matam no mundo, o seu impacto na saúde mental é também notório, especialmente depois da pandemia de Covid-19, e com repercussões muito sérias ao nível da atividade profissional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que globalmente sejam perdidos todos os anos 12 mil milhões de dias de trabalho para a depressão. Para além dos óbvios custos para a produtividade, o mais assustador nesta estatística é sem dúvida o seu impacto social.

Para além das dores nas costas, insónias e falta de energia, os sintomas emocionais e psicológicos são claros avisos de que nos podemos encontrar em rota para um burnout. A importância do bem estar no local de trabalho, e o papel da liderança no mesmo, torna-se fundamental para a performance de uma equipa. 

Partilho aqui 3 regras simples para promover uma liderança saudável e um ambiente positivo no trabalho, e que foram chave para mim na recuperação da energia e do bem-estar em momentos mais complicados:

  1. Comunicação é a chave: simples, transparente, e dando sempre espaço à outra pessoa para falar sobre o que sente, sem juízos de valor de qualquer espécie. Vale tudo, até chorar. Como líderes, o ónus de garantir este canal (e o seu bom funcionamento) é nosso: isto implica estarmos atentos às pessoas, conhecê-las e aos seus stressores, e marcar momentos recorrentes para que este espaço seja levado a sério e tenha um impacto realmente positivo. 
  1. Promover a diversão: passamos grande parte da nossa vida no trabalho, e o poder de um sorriso, de boa disposição, e de momentos genuínos de descontração é demasiado importante para ser ignorado. E rir é mesmo o melhor remédio: está mais que provado que uma boa gargalhada faz maravilhas para diminuir as “hormonas do stress”, como o cortisol e a adrenalina. 
  1. Liderar pelo exemplo: estarmos comprometidos em salvaguardar o nosso próprio bem-estar físico e mental, é meio caminho andado para que as pessoas que lideramos o façam também. Evitar os e-mails fora do horário de trabalho, recorrendo ao agendamento, é algo que parece muito simples, mas que não é ainda praticado o suficiente.

Tal como nos males físicos, também a salvaguarda do bem estar psicológico e emocional das nossas equipas requer compromisso e consistência. No curso “Liderança 360º” irei aprofundar esta e outras temáticas, como a multiplicidade de gerações no local de trabalho ou como construir uma cultura de sucessão de forma eficaz, promovendo conversas abertas (e quem sabe difíceis) com o objetivo de ajudar todos os interessados a tirar o máximo proveito das suas competências de liderança.


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Inês Carvalho

Licenciou-se em Gestão de Recursos Humanos, mas foi um curso de formação em Produção e Marketing de Eventos que a fez apaixonar-se pela primeira agência onde trabalhou, a Desafio Global. Conta com mais de 18 anos de experiência em agências multinacionais e independentes, onde trabalhou grandes marcas em setores como Telecomunicações, FMCG ou Banca & Seguros. Da Havas à COMON, passando pela Wiz e pelo grupo Publicis, trabalhou clientes como NOS, Samsung, L’Oréal, Nestlé, BPI, Universal Music, Danone, McDonald’s, Mercedes-Benz, entre muitos outros.

Foi na COMON que teve mais oportunidades para desenvolver as suas capacidades de liderança: primeiro como Account Director, depois como Managing Director de uma equipa multidisciplinar de mais de 40 pessoas, e integrando a estrutura diretiva da empresa. Criou e implementou modelos de trabalho inovadores, contribuiu para manter saudável a cultura da empresa nos difíceis anos de pandemia, e assumiu os pilares de Gestão de Negócio e Relação nas várias funções que tem vindo a desempenhar, todas elas acompanhando a evolução dinâmica da COMON.

Hoje é Business Unit Director, responsável pelas contas do Grupo Fidelidade (Fidelidade, Multicare e Fidelidade Property Europe), e a sua filosofia de trabalho junta competência e boa-disposição em partes iguais. Ainda não tirou o brevet, mas já conseguiu ser das poucas pessoas em Portugal com certificação para fazer Mergulho em Grutas.

Saúde mental e liderança

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